terça-feira, 8 de dezembro de 2009

LIBRAS - RELATO DA CONAE

Interprete de Lbras traduzindo para o colega surdo na platéia
a intervenção do professor Jorge de Caxias do Sul.


Uma das grandes aprendizagens desse semestre está ligada a interdisciplina de Libras e a Conferência Nacional de Educação – CONAE (Etapa Estadual-RS). No mês de novembro, estive representando a AMVRS (Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos) como delegado da CONAE estadual. Ouvimos palestras, debatemos propostas e diretrizes e fizemos enfrentamentos de idéias conceituais e de representatividade. Falamos de avaliação, de sucesso escolar, de democratização da escola de EJA, de planejamento, uma verdadeira ciranda de temas geradores que nos fazem crescer e democratizar a escola. Na finalização dos trabalhos do segundo dia, o espaço era reservado para a escolha dos delegados para a representação de todas as idéias gaúchas no cenário nacional no próximo abril (em 2010) na Capital Federal. Novamente houve debate, discussão e muita gritaria. Todos professores, todos educadores, todos muito individualistas e aí percebi, sentado na primeira fila, eu , outros colegas e a minha frente, a pouco mais de dois metros uma colega fazendo sinais. Logo lembrei da aula de Libras e da professora Janaína. Mas em seguida aquela gostosa sensação de ver na prática o estudo de Libras, começo a tornar-se tenso, pois todos queriam falar e não havia uma organização, pois não tínhamos uma coordenação, todos queriam falar, e que gritasse mais daria a sua idéia por vencida. Entretanto meu colega surdo e a intérprete não conseguiam mais se comunicar tamanha a falta de sensibilidade, de respeito e de educação dos colegas professores que avançavam para cima do microfone, passavam a frente da colega intérprete, paravam entre o colega surdo e sua intérprete, sem a possibilidade de entender o que se dizia, mas já compreendendo que o respeito a diversidade é muito complexo, pois e, circunstâncias extremas o instinto pode falar mais alto e a solidariedade por justiça e humanidade cai por terra. Nosso colega foi eleito delegado, mas muito sua intérprete teve que brigar com os ouvintes para que por alguns segundos pudessem realmente ouvir a voz daquele professor surdo, já que nem todos ali entendiam inglês, russo, alemão, francês ou libras. Um cidadão que não tem mais nem menos direito que eu ou você, apenas os mesmos, e eles devem ser exigidos, respeitados e exercidos em todos os lugares do mundo.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Inclusão e Diversidade

O PODER DA ESPERANÇA


Um ótimo filme para ver.
Um bom filme para entender as diferenças
Um filme que pode auxiliar a escola a abrir-se para a inclusão.

Veja-o.

Passeie pelo blog de minha amiga Bruna, ali tem um pouco do filme e uma história muito legal, de uma pessoa muito legal.

domingo, 25 de outubro de 2009

INTERTRANSCULTURALIDADE

Na última sexta feira, tive a oportunidade de ver e ouvir o professor Paulo Padilha do Instiruto Paulo Freire no III Seminário de Educação do CEPROL Sindicato, em São Leopoldo sobre a Intertransculturalidade, umapalavra que ainda não conhecia, mas que a partir do momento que ouvi o professro passou a fazer muito sentido pois ela nos possibilita explicar tudo o que estamos buscando na educação e ainda não conseguimos teorizar. A interdisciplina a transdisciplina e tudo isso em todas as culturas. ???
A cultura, todas as culturas visitadas e respeitadas, estudadas e compartilhadas, todos e todas inclusos em sua diversidade, integrados e perpassando a diverisidade do outro. Sou eu, generosamente repartindo o que do outro e o que é meu, com todos, buscando contruir um outro mundo possível, a partir de um objetivo comum onde todos possamos fazer o que queremos, sermos felizes dentro do contexto em que o mundose apresente para nós em determinado momento. "Pois o mundo não é, ele está sendo." (Paulo Freire).

EJA

A aula presencial de quarta feira passada foi bastante interessante por toda a conversa que tivemos junto com a professora. A partir de textos e vídeos que vemos, sempre nos pergunatamos como fazerpara que os alunos aprendam e qual a recita certa e esperamos do mestre uma linha a seguir. E quando nos deparamos com tudo o que foi dito na aula a partir das cópias das produções dos alunos de EJA, onde, a partir das expeíências verificamos as propostas de alfabetização e a evolução de cada aluno, em suas fases pré-silábicas, silábicas , silábica alfabética... Vou ao encontro ao que disse a Professora de nossa cadeira: "Essa é a grande questão" ao referir-se a importância da grandiosidade do processo de alfabetização, da contrução do conhecimento e ada aprpriação que o jovem e o adulto adquirem ao lerem o mundo através das letras, a qual não tem a mesma ênfase pela visão da sociedade.
Quando a sociedade, quando as pessoas e quando nós mesmo, professores e professoras dermos a devida importância ao pequeno ato de ler e escrever como de suma importância na vida de uma pessoa, talvez o mundo trate a educação como trata a medicina, as armas e o futebol...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

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U T O P I A
" Para mim a utopia não é o irrealizável;
a utopia não é o idealismo,
é a dialetização dos atos de denunciar e anunciar,
o ato de denunciar as estruturas desumanizantes
e de anunciar a estrutura humanizante.
Por esta razão a utopia é também um compromisso histórico. "
(Paulo Freire, Conscientização, 1979, p.16)

Um bom filme



O CAÇADOR DE PIPAS

Um bom filme para emocionar e pensar sobre o que uma culturapode fazer com a outra, tanto quando invade seu país, quando os acolhe em seu país.
Um filme que fala das histórias que contamos e que ouvimos, como vimos no trabalhoda contação de histórias realizada pelas crianças. São poucos os adultos que as ouvem. O filme nos traz alguém que ouviu histórias de uma criança eantes que ela soubesse escrevê-las e esse ato o iluminou para anos depois escrever as suas histórias.

The Kite Runner-EUA-2007, Marc Forster

Justo

Reflexão a partir do comentário ao post anterior.

Trabalho a muito tempo com educação e com uma forma de educação que busca a autonomia do aluno e da aluna. Acredito que a inclusão do aluno e da aluna surdo na escola é algo muito difícil, porque são raros os professores que possuem formação em libras, e mais raros os alunos e pais que conhecem a existência de tal instrumento de comunicação e mesmo com todas as iniciativas de inclusão, vejo bem distante crianças surdas dentro da sala de aula regular.

Entretanto, há 15 anos, já viamos com muita dificuldade a inclusão de crianças com síndrome de down, com paralisia cerebral e outra limitações estarem no ensino regular.
O que devemos perguntar e buscar não é a inclusão de uma criança deficiente em uma escola regular, ou se há espaço na escola para dimunir o preconceito às pessoas com diferenças físicas e mentais. O que é urgenet é uma mudança de rumos de valores, onde todos dar-se-ão
as mãos para uma caminhada conjunta. Para uma caminhada que nos faça humanos, irmãos e iguais, não só na lei, mas nos atos e ações.

O mais ágil, aguardará aquele que tem uma cadeira de rodas, os que escutam e falam, sentarão para aprender e ensinar uma comunicação conjunta com quem não escuta, aqueles que raciocínam como a maioria, terão senso de justiça para construir possibilidades para pessoas portadoras de síndromes que afetam o desenvolvimento mental, e como uma grande rede, teremos ao alcance não a velocidade de um mundo que clama por desenvolvimneto desenfreado e a qualquer custo, inclusive o de vidas humanas e segregações e sim teremos a serenidade e a paz para sentar a beira de um rio e contemplar como é perfeito a curva que ele faz para proteger a vida de uma árvore frondosa que segura a terra que poderia assoriá-lo de uma vez. Exemplo real de solidariedade, justiça e comunhão de mundo. Utópico, entretanto, se não buscarmos a utopia, o mundo não sobreviverá à humanidade.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

LIBRAS

A atividade relacionada com o filme Seu nome é Jonas, EUA-1979, nos mostra uma realidade bastante difícil na inserção social de uma criança surda, no que tange as relações familiares, de escola e sociedade. Uma criança que não possui a audição, é vista diferente e todos ao seu redor emitem opiniões: algumas explicitas, outras silenciosas, na relação de aceitação ou não da criança como parte da sociedade, com direito de ir e vir como todos que possuem a audição. No filme vemos diversas situações na família e na sociedade, na escola ainda pouco pois a inclusão, também em outros países era incipiente e na maioria das vezes negada a surdos, cegos e a todos com deficiências ou necessidades educativas especiais. Muitas são as situações no filme, mas duas são objetos de pontuação: 1- A criança deve aprender a ouvir o que tem condições e jamais usar os sinais, caso ocorra ela fica preguiçosa e não aprende a usar a voz. Incrível como nos prendemos a conceitos em determinado tempo e não possibilitamos a evolução. É necessário lutadores sociais dentro de movimentos organizados e em rede para que rompamos com o silêncio, os paradigmas e o preconceito. Preconceito que fica evidente em uma outra cena. 2- Cena em que o Pai de Jonas o leva para jogar beisebol e todos os amigos adultos recusam o jogo pois ele é "retardado", ele não aprende.

Na verdade ele não escuta, na verdade somos nós, os adultos que devemos possibilitar a aprendizagem da criança e para isso, nós, os adultos, ouvintes ou não temos que aprender a aprender a conviver e ensinarmos em comunhão, caso contrário, viveremos em guetos, alguns maiores, outros menores.

Olhos da criança

Os olhos das crianças são baldes vazios. Vazios de saber. Prontos para ver. Querem ver tudo. Tudo cabe dentro deles. Minhocas, sementinhas, bichinhos (...) Para eles tudo é fantástico, espantoso, maravilhoso, incrível, assombroso. Os olhos das crianças gozam da capacidade de ter o "pasmo essencial" do recém nascido que abre seus olhos pela primeira vez. A cada momento eles se sentem nascidos de novo para a eterna novidade do mundo. (Coisas que dão alegria, Rubem Alves, 2001)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Teatro Educação

A partir do trabalho realizado dentro do PA - Projeto de Aprendizagem, desenvolvido no espaço virtual PBWORK, encontramos uma rede de conexões que me leva a acreditar cada vez mais no processo de trabalho a partir do teatro dentro da educação. Com a pergunta base: O que o teatro tem a ver com a educação?
Diversos profissionais entraram em contato e se mostraram parceiros e apoiadores da idéia, contribuindo com sua experiência, evidenciando que tanto o teatro no palco com o teatro na sala de aula desenvolvem o ser humano de forma a externar suas emoções e constituir seu carácter crítico frente a acão dramática e a sua própria vida, experimentando sensações ao assistir um espetáculo e principalmente quando atuam, experimentando na utilização de recursos como figurinos, maquiagem, textos e principalmente a improvisação no jogo cênico, a possibilidade de protagonizar o cotidiano e o prazer de viver.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Libras

A interdisciplina de libras me causa um interesse inquietante. Ao mesmo tempo que tenho interesse em conhecer e apropriar-me de conhecimentos sobre o assunto e dominar as formas de comunicação de sinais, pergunto-me como se dá o uso dessa ferramentade como relação social?
As dúvidas e os receios são enormes, mas o desafio de incluir socialmente a todos e todas sem distinção me fazem buscar mais um recurso de formação pessoal e coletiva.
Ao entrar em contato com a interdisciplina busquei pesquisar um pouco. Casualmente ao ler a Revista Carta na Escola deparei-me com uma matéria com Dorina Nowill que falava de outra questão de inclusão, a deficiência visual. Então pensei como seria a sala de aula com crianças com deficiência visual, deficiência auditiva e crianças sem deficiência aluguma. Há que termos a formação em libras, em braille, não como algo que seja de outro mundo, mas pertencentes a um mundo que desejamos, aquele onde todos e todas tenham acesso aos mesmos direitos, de forma distintas, respeitando a diversidade cultural, física, emocional e estrutural de cada um e cada uma, sejamos alunos ou professores.

Um bom filme


A Dona da História é um ótimo filme para os intervalos de nossos estudos. Além de refletir sobre a vida e o amor, nos mostra que o cinema nacional é cada vez mais qualificado, basta assistir.



"A DONA DA HISTÓRIA", filme de Daniel Filho, com Débora Falabela, Marieta Severo, Rodrigo Santoro e Antônio Fagundes. (Brasil, 2004)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Comenio

Nos trabalhos de Educação Especial, no semestre anterior nos deparamos com Comênio, teórico boêmio nascido no século XVI e com sua obra esenvolvida no durante século seguinte, na Europa, sob um regime de conflitos religiosos que hoje presenciamos muito fortes no oriente. Comenio defendia o que todos os professores hoje defendem sem pensar: autonomia do aluno, aprendizagem onde o aluno seja a referencia e sua experiência valorizada, inclusão de todas e todas, sexos e classes sociais, além de possibilitar um ambiente harmônico dentro da comunidade escolar. Enretanto vemos que Comênio, professor, pastor, intelectual viveu entre 1592 e 1670 e nós estamos no século XXI, ou Comênio estava 300 anos a frente ou nós ainda remamos na cosntrução da educação, ou o processo de formação da humanidade se dá a passos lentos que cada um de nós e cada uma de nós não terá o privilégio de ver os resultados.
Enfim podemos dizer que estamos em busca da utopia,e ela distancia-se dois passos a cada dois passos que damos em sua direção.
Mas isso não me desanima, apenas reforça que temos que convencar mais uma pessoa a cada dia de que o processo de educação é coletivo, busca o respeito e aética, deve ser solidário e cumulativo, não deve incentivar a competição nem o consumismo e sim elevar a alma e a consciência para a justiça, a solidariedade e a humanidade, assim honraremos mestres que nos legaram um ensinamento que o dia a dia frenético e capital nos faz esquecer.

O erro linguistico

Quando Luis Carlos Travaglia diz:

O espaço para o pluralismo discursivo poderia se caracterizar por um trabalho de análise dos recursos linguísticos presentes nos textos orais e escritos. Por exemplo: quem disse o quê? Para quem? Em que situação? De que geração? De qual região? De que grupo social? Que outras expressões conhecemos, que poderiam substituir as que usamos, se estivéssemos em outro contexto? Em que situações os textos orais são produzidos cuidado­samente para serem falados? Dessa forma, visibilizaríamos mais a diferen­ça, o que, em alguma medida, coloca em xeque a questão do "erro linguístico", possibilitando aos falantes incorporarem a noção de uso ade­quado ou não adequado da linguagem (Travaglia,1996).

Nossos conceitos de certo e errado no ensino da lingua são colocados em xeque, pois ao reconhecermos a diversidade linguística, seja ela a partir da idade, do local, da geração, do meio, estaremos possibilitando uma democratização da fala, da escrita e sucessivamente da leitura. E talvez esse acesso diversificado e universalizado nos levará a uma maior autonomia na alfabetização e no letramento, entretanto, teremos novos poaradigmas a serem ultrapassados no que se refere ao erro: o que é erro e o que não o é e como buscar alternativas para entendermos o erro e corrigí-lo sem tolher a democratização das letras?
Teremos uma nova construção de ensino, a qual deve lidar com a diversidade incluindo aí o culto e o popular.

domingo, 30 de agosto de 2009

Menininho









Um menino pequeno entra na escola que é enorme e se depara com desafios...






Esse menininho que entra na escola e se depara com algumas coisas que ele deve fazer e outras que ele não deve fazer esta sendo preparada para o mundo que vivemos e que construimos.




Bom, e que mundo é esse, ele é aquele que a gente sonhou ou o que se construiu por que assim se fez, e nós o que fizemos para esse menininho ter voz e vez nesse mundo, e nós temos voz e vez, ou apenas vamos com o fluxo?




Bom, se queremos diferentes, temos que fazer diferente e isso é extremamente complicado pois nos faz comprar embates nem sempre tranquilos.












Rubem Alves - Os grandes contra os pequenos












Vou contar uma estória que aconteceu de verdade. Sobre um menininho de oito anos, meu amigo. Passei, por acaso, na cidade onde ele mora. O avião chegou tarde. Seus pais foram me esperar no aeroporto. Enquanto íamos para casa perguntei:- e então, e o Gui, como vai? – Ah! sua mãe me segredou, preocupada. Não vai bem não. Na escola. O orientador educacional nos chamou. Problemas de aprendizagem, desatenção, cabeça voando, incapacidade de concentração. Até nos mandou para um psicólogo.
Fiquei surpreso. O Gui sempre me parecera um menininho alegre, curioso, feliz. O que teria acontecido?
Sua mãe continuou:
- O psicólogo pediu um eletroencéfalo…
Aí me assustei. Imaginei que o Gui deveria ter tido alguma pertubação neurológica grave, algum desmaio, convulsão…
- Não, não teve nada, a mãe me tranquilizou. Mas o psicólogo pediu… Nunca se sabe… Até ele não aceitou o exame no lugar onde mandamos fazer. Pediu outro…
Fiquei imaginando o que deveria estar se passando na cabeça do Gui, pai e mãe indo conversar com orientador, entrevista com o psicólogo, depois aquela mesa, fios ligados a cabeça. Claro que alguma coisa deveria estar muito errada com ele. Tendo visto tantos desenhos de ficção científica na TV, é provável que ele tivesse pensado que, quando a máquina fosse ligada, os seus olhos iriam acender e piscar como de luzinhas de diversões eletrônicas…
Quando acordei, no dia seguinte, estranhei. Não vi o Gui lá pela casa. Mas era sábado, dia lindo, céu azul. Com certeza estaria longe, empinando uma pipa, jogando bolinhas de gude, rodando pião, brincando com a mininada. Dia bom para vadiar, coisa abençoada pra quem pode. Pelo menos é isto que aprendi nos textos sagrados, que o Criador, depois de fazer tudo, no sábado, parou, sorriu e ficou feliz…
- Não, ele está estudando.
Foi aí que comecei a ficar preocupado. Assentadinho, no quarto, livro aberto à sua frente. Nem veio me dar um abraço. Ficou lá, com o livro. Cheguei perto e começamos a conversar. E ele logo entrou na coisa que o afligia:
- É tenho que fazer quinze pontos, porque se não fizer fico de recuperação. E isto é ruim, estraga as férias…
Lembrei-me logo do ratinho preso na caixa. Se pular alto que chegue, ganha comida. Se falhar, leva um choque… seu pêlo fica arrepiado de pavor, com medo do fracasso. Ficou doente. Fizeram-no doente.
Eu não sabia o que é que os tais quinze pontos significavam. Mas compreendi logo que eles eram o limite abaixo do qual vinha o choque. O Gui já aprendera lições não ensinadas que o tempo se divide em tempo de aflição e tempo de alegria, escola e férias, dor e prazer… E a professora ainda queria que ele se concentrasse, e gostasse da coisa… Mas como? A cabecinha dele estava longe, o tempo todo, pensando em como seria boa a vida se a escola também fosse coisa gostosa, Desatenção na criança não quer dizer que ela tenha dificuldades de aprendizagem. quer dizer que há alguma errada com a escola, e que a criança ainda não se dobrou, recusando-se a ser domesticada…
Continuamos a conversa e ele começou a falar de uma forma estranha, que eu nunca ouvira antes. Vocês podem imaginar, uma criança de oito anos, falando de aclive e declive? Pois é, não agüentei e interrompi:
- Que é isto, Gui? Porque é que você não fala morro abaixo e morro acima?- Mas a professora disse…
Compreendi então. A pinoquização já se iniciara. Um menininho de carne e osso já não usava mais suas próprias palavras. Repetia o que a professora dissera…
Fiquei pensando em quem é que estava doente: o menino ou a escola…Claro que o ratinho tem de ficar de pelo arrepiado. Pois o choque vem… E eu pergunto se não está mais doente ainda quem dá o choque. Surpreendi-me com essa enorme e perversa conspiração entre a direção das escolas, os orientadores, os psicólogos. Todos unidos, contra a criança. O orientador, coitado, não tem alternativas. Se aliar a criança, perde o emprego, ele é o ideólogo da instituição, encarregado de convencer os pais, por meio de uma linguagem técnica, que tudo vai bem com a escola e que é melhor que eles cuidem da criança.
- Até que ela não é má. Só está tendo problemas. Seria bom levá-la a um psicólogo…
O psicólogo, por sua vez, fica atrapalhado. Que é que ele vai fazer? Desautorizar o diagnóstico de uma rara fonte de clientes? É melhor fazer um eletro. Fios e gráficos dão sempre um ar de respeitabilidade científica a tudo…
Lembrei-me da velhíssima estória do cliente que chegava ao analista e dizia:
- Doutor, tem um jacaré debaixo da minha cama!- Sua cama não está na beirada da lagoa, está?
Então não há jacaré nenhum debaixo da sua cama. Volte para casa e durma bem…
E assim foi, semana pós semanam até que o tal cliente não mais voltou. O analista ficou feliz. O tipo deveria ter se curado da estranha alucinação. Até que, um dia, encontrou-se na rua com um amigo do homem do jacaré.
- Então, e o fulano, como vai? Sarou de tudo?- Mas o senhor não soube do acontecido? Ele foi comido por um jacaré que morava debaixo da sua cama…
Há muitas escolas que não passam de jacarés. Devoram as crianças em nome do rigor, de ensino apertado, de boa base, de preparo para o vestibular. É com essa propaganda que elas convencem os pais e cobram mais caro… Mas, e a infância? E o dia que não se repetirá nunca mais? E os sonos frequentados por pesadelos de quinze pontos, recuperação, férias perdidas e palavras de ventríloquo? Escolas jacarés, que as crianças têm de frequentar, e quando começam a demonstrar sinais de pavor frente ao bicho, tratam logo de dizer que o bicho vai muito bem obrigado, que é a criança que está tendo problemas, um foco cerebral com certeza, neurologista, psicólogo, psicanalísta, e os pais vão, de angústia em angústia, gastando dinheiro, querendo o melhor para o filho…
Quanto a mim considero que isso não passa de crueldade dos grandes contra os pequenos. Torturá-las agora, em benefício daquilo que elas poderão ser, um dia, se caírem nas armadilhas que os desejos dos grandes para elas armam…
Não, Gui, fique tranquilo. Está tudo certinho com você. São os outros que deveriam ser ligados a fios elétricos até que os seus olhos piscassem como se fossem lâmpadas de brinquedos eletrônicos…
Retirado de “Estórias pra quem gosta de ensinar: O fim dos vestibulares”, obra de Rubem Alves.












quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Iniciando o semestre... 2009-2



When we lose the right to be different,
we lose the privilege to be free.


Quando se perde o direito de ser diferente,
perdemos o privilégio de ser livre.

Discurso em Faneuil Hall, Boston, Massachusetts,
sobre aniversário de 150 anos da Batalha de Bunker Hill (17 junho 1925)Charles Evans Hughes

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Educação... Visão...

A educação deve ser democrática, e quando a for será para todos, entretanto deve ser para todos e todas estabelecendo-se igualdade de gênero em todoas as instâncias, e ainda assim, devemos eleger outro fatores que infelizmente fazem a escola se mostrar democrática mas não o ser democrática, ela deve ter rampas para que as cadeiras de rodas possam entrar, elas devem ensinar a história de todos os povos e de todas as crenças para que todos as etnias sejam contempladas em sua auto estima, e ainda devemos ir mais longe, ou mais perto da democracia. A educação deve ter Libras, deve ter Braile, deve ter teatro e música, e deve ter esporte e deve debater a sexualidade de meninos e meninas e todas as suas expressões de sexualidade em hetero, homo, bi, trans e trangêneros. E deve ensinar política e debate político e também a participação, deve incentivar o conhecimento de leis e de planejamento e acima de tudo estar de portas, portões e janelas abertas para que cada pai, mãe e quemque seja possa participar da educação, não como amigos da escola, mas como protagonistas de uma ecola que inclui a todos e todas, cada um com sua particularidade e participação respeitando a função e formação de cada indivíduoque constrói esse país.

Significações

As tendas são mais leves e suas paredes de tecido permitem a passagem da luz e do
vento; podem ser desarmadas e transportadas para locais distantes, acompanhando o
per(curso) dos interessados; montam-se de maneiras variadas, permitindo a negociação
que transforma os modelos de ação, os locais escolhidos e os tempos destinados. Vale
lembrar que a tenda pode ser um objeto complexo, apesar da simplicidade de seu
desenho físico: as hastes devem ser flexíveis, mas resistentes; o tecido deve suportar a
intempéries, sendo leve durante o transporte; a base deve ser macia, mas não pode deixar
que passem a umidade e possíveis “invasores”. (A inclusão e seus sentidos: entre edifícius e tendas - Cláudio Roberto Baptista PPGEU/UFRGS)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

EIXO 7


Novos desafios estão postos a todos e todas nós no curso de Pedagogia a Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul neste sétimo semestre. O último semestre teórico, antepenúltimo passo para a graduação. Um misto de emoção, desafio, angústia, temor, alegria e mais um milhão de sentimentos indescritíveis para uma folha de papel, ou para uma página virtual. Todos esses sentimentos misturam-se a nossas aprendizagens que vão além das teorias descritas, elas sobrevoam links e páginas, as quais navegamos e nos fazem alçar voos além de horizontes impensáveis. E fazem com que nossas praticas sejam um laboratóorio das tranformações sociais as quais um dia pensamos e a cada passo nos aproximam da utopia.

Que o 7 nos faça buscar as imperfeições de um mundo que jamais será perfeito, porém pode ser eternamente construído para todos e todas em busca de uma humanidade para toda a civilização.

domingo, 16 de agosto de 2009

SOCIEDADE INCLUSIVA





Segue aqui, algumas sugestões de filmes para que a partir deles possamos ter uma visão, emoção e debate para transformar a nossa sociedade em uma sociedade inclusiva. E esta sociedade só será inclusiva quando todas as pessoas forem tolerantes , justas e solidárias. Não num aspecto de ajudar uns aos outros, mas na questão de transformar a sociedade em uma civilização humana que seja mais ser do que ter, seja mais ética do que profética, seja mais humana do que divina, explicar as coisas como são e poderiam ser ao invés de agarrar-se a esteriótipos que denigrem e pervertem a humanidade, a felicidade, o amor e a educação.

Veja os filmes.


E depois seja um escritor, um fotógrafo, um recruta pelos direitos que a democracia nos legou.


Escritores da Liberdade














http://www.planetaeducacao.com.br/novo/impressao.asp?artigo=991


http://www.freedomwritersfoundation.org/


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MILK


A voz da Igualdade













http://pt.wikipedia.org/wiki/Milk



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Nascidos em Bordéis

http://www.youtube.com/watch?v=rOKYNHhX1qU&feature=related







http://leiturafotografica.blogspot.com/



http://www.youtube.com/watch?v=bJ-q9twlzUI

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

EDUCAÇÃO ESPECIAL

Gostaria de deixar escrito algo sobre educação inclusiva que se passou há muito tempo.
Todos sabem, talvez muitos, ou alguns, que sou responsável por um grupo de teatro, o Teatro Geração Bugiganga, TGB. E ele este ano completou 16 anos.

Nessa caminhada de trabalho de teatro-educação pela transformação do mundo em busca da utopia de justiça e solidariedade em um contexto civilizatório onde o ser humano descubra e defenda a sua humanidade, construimos histórias em conjunto cm diversos segmentos sociais e inúmeras organizações goveramentais e não governamentais.

O TGB atuou com crianças de todas as idade, com adolescentes, adultos e idosos. trabalhou o teatro com estudantes secundaristas e universitários, seminaristas de diversas igrejas, com professores, secretarias de educação, entidades beneficentes, pastorais de diversas linhas, grupos de teatro, grupos folclóricos e grupos dança e também com entidades e escolas de educação especial.

No ano de 1994, logo após o primeiro ano como TGB (o trabalho de teatro já existia individualmente comigo e outros colegas, depois originou o grupo de pesquisa de teatro e por fim se estabeleceu como TGB em janeiro de 1993.) firmamos uma parceria com uma entidade que atendia unicamente crianças com deficiência. Na época, "crianças excepcionais".

Inicialmente o projeto era uma simples troca, o TGB poderia utilizar o espaço da entidade e em troca ministraria oficinas a uma turma de crianças excepcionais. Até aí tudo bem, até o dia de iniciar o trabalho: Nervosismo, desconiança e medo, afinal eram crianças excepcionais.

O trabalho comprometia uma manhã, um período com as crianças, cerca de 10 a 15 crianças e adolescentes e cinco educadores, três do TGB e dois da entidade. MInistravamos a aula de teatro e depois debatiamos o que ocorrera na aula. Um trabalho que foi durante um ano inteiro muito significaivo, para os alunos e para os professores, pois fez com que pudessemos conhecer a dimensão da educação especial a partir da vivência e implicou em um debate propositivo que nos fez chegar a conclusão que o trabalho poderia ser maior.

Esse trabalho maior, na época ainda era incipiente, talvez educação inclusiva inda não tinhamos como definição ampla e de conhecimento geral, não recordo utilizar essa nomenclatura, mas nossas meta era com que pudessemos integrar em momentos especíificos alunos que faziam aula de teatro com o TGB, alunos sem deficiência e alunos da entidade, com deficiência. Alguns momentos conseguimos fazer a integração, com oficinas de teatro específicas e com apresentações de teatro onde as crianças e adolescentes misturavam-se na construção das cenas.

O trabalho durou dois anos, e eles foram marcantes para o grupo, os educadores e os alunos, hoje ainda tenho contato com alguns alunos que tem vaga lembrança das experiências, mas lembram que participaram dessa construção, que com certeza, tem participação, infíma, mas concreta na tranformação da sociedade e sua educação em uma educação inclusiva.

Marcelo.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

UMA CRONICA

Este texto, não tem muito a ver com a postagem anterior, ou teria? Entretanto, encontrei-o casualmente ao buscar aprimoramento para o trabalho de Educação Especial no livro de Cláudia Werneck "Ninguem mais vai ser bonzinho na educação inclusiva" Ele esta ali, numa velha folha de agenda, aguasrdando por uma leitura. Peguei-o, li, emocionei-me e resolvi compartilhar com todos e todas. Ele nos diz muito, e ao confrontar com a minha aprendizagem do semestre passado, encontrei eco na questão de que é sempre pertinente não nos acomodarmos com o mundo que está posto.

Marcelo



UMA CRÔNICA

Marina Colassanti


Eu sei que a gente se acostuma, mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e a dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz.
E aceitando as negociações de paz, aceita ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e a ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber. Vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente se senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

COMENIUS


De acordo com Comenius a organização do sistema educacional deveria compreender 24 anos de maneira que de zero a seis anos as crianças fossem para a escola materna (cultivaria os sentido e ensinaria a criança a falar), seis aos 12 estivessem na escola elementar ou vernácula (desenvolveria a lingua materna, a leitura e a escrita, incentivando a imaginação e a memória e, também, o canto, o estuda das ciências sociais e a aritmética) A escola latina ou o ginásio era para atender jovens de 12 a 18 anos e desenvolveria, sobretudo, o estudo das ciencias sociais. Para jovens de 18 a 24 anos havia os estudos universitários que enfatizava trabalhos praticos e viagens. (Gadotti, 2002)

domingo, 9 de agosto de 2009

DIA DOS PAIS

Mensagem sobre Pais
Ser pai é acima de tudo,não esperar recompensas.
Mas ficar feliz caso e quando cheguem.
É saber fazer o necessário por cima e por dentro da incompreensão.
É aprender a tolerância com os demais
e exercitar a dura intolerância (mas compreensão) com os próprios erros.
Ser pai é aprender errando, a hora de falar e de calar.
É contentar-se em ser reserva, coadjuvante, deixado para depois.
Mas jamais falar no momento preciso.
É ter a coragem de ir adiante,tanto para a vida quanto para a morte.
É viver as fraquezas que depois corrigirá no filho,
fazendo-se forte em nome dele
e de tudo o que terá de viver para compreender e enfrentar.
Ser pai é aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez.
É esperar.
É saber que experiência só adianta para quem a tem, e só se tem vivendo .
Portanto, é agüentar a dor de ver os filhos passarem pelos sofrimentos necessários,
buscando protegê-los sem que percebam,
para que consigam descobrir os próprios caminhos.
Ser pai é saber e calar.
Fazer e guardar.
Dizer e não insistir.
Falar e dizer.
Dosar e controlar-se.
Dirigir sem demonstrar.
É ver dor, sofrimento, vício, queda e tocaia,
jamais transferindo aos filhos o que, a alma, lhe corrói.
Ser pai é ser bom sem ser fraco.
É jamais transferir aos filhos a quota de sua imperfeição,
o seu lado fraco, desvalido e órfão.
Ser pai é aprender a ser ultrapassado, mesmo lutando para se renovar.
É compreender sem demonstrar, e esperar o tempo de colher,
ainda que não seja em vida.
Ser pai é aprender a sufocar a necessidade de afago e compreensão.
Mas ir às lágrimas quando chegam.
Ser pai é saber ir-se apagando à medida em que mais nítido se faz na personalidade do filho, sempre como influência, jamais como imposição.
É saber ser herói na infância,
exemplo na juventude
e amizade na idade adulta do filho.
É saber brincar e zangar-se.
É formar sem modelar, ajudar sem cobrar, ensinar sem o demonstrar,
sofrer sem contagiar, amar sem receber.
Ser pai é saber receber raiva, incompreensão, antagonismo,
atraso mental, inveja, projeção de sentimentos negativos,
ódios passageiros, revolta, desilusão
e a tudo responder com capacidade de prosseguir sem ofender;
de insistir sem mediação, certeza, porto, balanço, arrimo, ponte,
mão que abre a gaiola, amor que não prende,
fundamento, enigma, pacificação.
Ser pai é atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio.O
máximo de convivência no máximo de solidão.
É, enfim, colher a vitória exatamente quando percebe que o filho
a quem ajudou a crescer já, dele,
não necessita para viver.
É quem se anula na obra que realizou e sorri,
sereno,
por tudo haver feito para deixar de ser importante.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Psicologia

Esta postagem foi realizada em 17 de julho, porém a partir do trabalho de recuperação achei pertinente retomá-la para atualizar e tê-la como uma referência da atuação no dia-a-dia de sala de aula.

Piaget

Estágio Pré-Operatório

Essa postagem é bastante pertinente no que diz respeito a essa fase - pré operatório - Trabalho com todas as faixas etárias que estamos estudando,mas um episódio durante o trabalho de teatro chamou-me muita atenção pois vinha lendo sobre os estágios de desenvolvimento e ele se deu em minha prática. Dentre uma das escolas de educação infantil que oriento aulas de teatro, tenho uma turma de 2 a 3 anos e construimos em conjunto, a partir de uma musica infantil (Dona Aranha), a apresentação para o dia das mães.
Tudo estava preparado e ensaiado, e no momento da apresentação a professora e a diretora da escola definiram por apresentar primeiro a música preparada em sala de aula e depois o teatro, os duas músicas não chegariam a 4 minutos de apresentação. Após a primeira cena, as mães foram tão emotivas ao baterem palmas e a gritarem pelo sucesso de seus artistas que uma das crianças começou a chorar. Então esta ficou com a mãe e os demais foram para a frente apresentar, ao ver a coleguinha no colo da mãe chorando, outra menina començou a chorar, tentamos iniciar a música e outro chorou, até que todos os alunos choravam copiosamente, já no colo das mães. Conversamos e todos então aplaudimos a intenção do espetáculo e presenteamos as mães com a relização das pintura feito pelas crianças.
Ao conversar com uma das mães que ficou preocupada por que não entendeu que todos choraram expliquei-a que fazia parte do desenvolvimento das crianças que ao verem uma atitude sugerem a si que essa atitude deve ser a sua, a fim de não estarem excluidas do processo que se sucede. No outro dia a professora me questionou sobre a explicação para a mãe, que ela não havia entendido. Então expliquei os estágios de desenvolvimento e especificamente a fase pré-operatória e que dentro desse estágio a criança apresenta-se egocênctrica, onde não compartilha o que é seu, isso é um processo a ser descoberto por ela. e no caso do choro podemos descrever como o egocentrismo social (Rappaport, Fiori, Davis, 1981, p. 71) que é o momento em que a criança projeta o seu desejo naquilo que o outro está fazendo e por isso todos choraram ao mesmo tempo.

Necessidades Especiais

A História de Peter.
Ao assistir o documentário de Peter, um menino com síndrome de down integrando um sala de aula regular me deparei com situações vividas em diversas vezes em meu trabalho e algumas vezes em minha vida pessoas.
Peter é um caso de inclusão que as pessoas dizem: "-está deu certo"
Mas quantas dão e quantas nãos dão. O que é dar certo e o que é não dar certo uma inclusão?
Será que esse termo é o que devemos usar: Dar Certo?
Uma pessoa pode dar certo e outra dar errado? Somos por acaso peças de uma linha de montagem?
Mesmo que muitos queiram tratar a educação e a sociedade como uma linha de montagem,uma competição ao extremo onde apenas os melhores se qualificam a ter dignidade na vida, é essencial termos ciência de que estamos aqui para construir uma sociedade onde todos e todas tenhamos espaço, direito e justiça. E para isso é preciso que o acesso a todasas instâncias que possuimos na sociedade seja inclusivas e nunca excludentes. Índios, negros, brancos, deficientes, criaças, adolescentes, adultos, idosos, estrangeiros... todos possam ter liberdade de ir e vir, de estar e ter acesso aos mais diversos aspectos da vida que a humanidade inventar.

É difícil? Pode ser se pensarmos que um tem mais direito que o outro, que um pode mais que o outro, que um deve estar subjulgado ao outro. Pode ser diferente se pensarmos que o outro pode tanto quanto eu, e se talvez ele não o fez ainda é por que lhe faltou uma oportunidade, espaço, incentivo... É preciso buscar o bem e fazer sempre o bem, como eu um outro filme " A corrente do bem". É possível um mundo justo e solidário, é preciso apenas solidariezarmos um com o outro, darmos atenção a cada necessidade de quem está ao meu lado.

Todos temos necessidades especiais. Peter e eu, João e você, Maria e a pessoas que e´tá mais próxima de mim. Entretanto, nossas necessidades não são as mesmas. Alguns tem necessidades mais visíveis, masi explícitas, mais específicas. Umas cognitivas, outras afetivas, mas todos temos a necessidade de termos alguém para compartilhar o mundo.
Peter compartilhou sua vida com os colegas de sua idade. Hoje, um deles relata: Peter é um de meus melhores amigos, nem todos da minha sala são meus amigos,mas Peter, é umde meus melhores amigos. (a relação da sala inclusiva e a convicência dos dois meninos transformou suas vidas). Uma das colegas foi mais longe e concluiu: Peter aprendeu muito na sala de aula, mas fomos nós que aprendemos mais, pois entendemos comoé possível conviver com Peter, aprendemos a ter respeito e sermos solidários com todas as pessoas por que Peter enstá junto conosco.

Filosofia

Adorno e Kant nos mostram visões de civilização, educação,disciplina e liberdade. Os dois filosofos questionam a civilidade humana e preocupam-se com os rumos dessa mesma civilização. Adorno exemplifica suas preocupações a partir das práticas desumanas de Auschiwitz e a necessidade de educarmos os povos para que a barbárie não se repita. Ao encontro de Kant, esse pensamento se reforça quando nos diz que a disciplina imposta através da educação não permite que homem extravase o seu ímpito de selvageria, controlando seus instintos mais primitivos.
Entretanto, para que a sociedade nao seja a bárbárie sobre a civilização é necessário um entendimento que apenas através da solidariedade o mundo humano é capaz de evoluir. A liberdade nos dá asas a tudo, entretanto, quando não há respeito a liberdade do outro, ou a busca de poder ultrapassa qualquer limite ético, ccaimos na trilha da barbárie. É preciso atenção a educação, dedicação a elaboração de justas leis para disciplinar as relações humanas e assim alcançar uma civilização se contrua justa, sólida e solidária e não falsa, autoritária e destrutiva.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

E será necessário a disciplina?


“A disciplina (...) significa a capacidade de comandar a si mesmo, de se impor aos caprichos individuais, às veleidades desordenadas, significa, enfim, uma regra de vida. Além disso, significa a consciência da necessidade livremente aceita, na medida em que é reconhecida como necessária para que um organismo social qualquer atinja o fim proposto”.27 L.A.C. FRANCO, Problemas de Educação Escolar, p. 40.




(...)Lembro que o terrível Boger teve um acesso durante uma palestra sobre
Auschwitz, que culminou com um elogio à educação para a disciplina através da dureza. Esta seria necessária para formar o tipo de pessoa que lhe parecia certa. A imagem da educação pela dureza, na qual muitos crêem irrefletidamente, é basicamente errada. A concepção de que virilidade signifique o máximo de capacidade para suportar já se transformou há tempos em símbolo de um masoquismo que como demonstra a psicologia - se funde com demasiada
facilidade ao sadismo (Adorno)





(...)A disciplina transforma a animalidade em humanidade. Um animal é por seu próprio instinto tudo aquilo que pode ser; uma azão exterior a ele tomou por ele antecipadamente todos os cuidados necessários (Kant)

Liberdade, Liberdade...

LIBERDADE




"...Liberdade,
essa palavra que o sonho humano alimentaque
não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."

(Cecília Meireles)




“A liberdade de cada indivíduo se acha assim limitada pela liberdade dos demais. Na maior e sobretudo principal parte de suas atividades, o que o indivíduo encontra pela frente, embargando e limitando sua ação, é a ação contrária e concorrente de outros indivíduos”
(Caio Prado Jr, 1980)

(...) Mas o homem é tão naturalmente inclinado à liberdade que, depois que se acostuma a ela por longo tempo, a ela tudo sacrifica. Ora, esse é o motivo preciso, pelo qual é conveniente recorrer cedo à disciplina; pois, de outro modo, seria muito difícil mudar depois o homem. Ele seguiria, então, todos os seus caprichos. Do mesmo modo, pode-se ver que os selvagens jamais se habituam a viver como os europeus, ainda que permaneçam por muito tempo a seu serviço. O que neles nãoderiva, como opinam Rousseau e outros, de uma nobre tendência à liberdade, mas de uma certa rudeza, uma vez que o animal ainda não desenvolveu a humanidade em si mesmo numa certa medida (Kant)


(...) A pressão do geral predominante sobre toda a particularidade, os indivíduos e as instituições individuais tende a desintegrar o particular e o individual juntamente com sua capacidade de resistência. Com sua identidade e sua capacidade de resistência, os homens perdem também as qualidades graças às quais serlhes- ia possível opor-se àquilo que, a qualquer momento, possa novamente atraí-los para o crime. (Adorno)



domingo, 2 de agosto de 2009

Escritos sobre Civilização

CIVILIZAÇÃO




“Civilização é um processo, um encadeamento de eventos, mudanças sociais e interiorizações, que se dirige, ao longo da história ocidental, para um maior controle social, um maior controle técnico do homem sobre a natureza e uma maior disseminação de autocontrole entre os indivíduos .”(ELIAS, 1994c).



(...) Toda doutrinação política, enfim, deveria centralizar-se na necessidade de evitar uma repetição de Auschwitz. O que só seria possível se essa doutrinação, em receio de chocar-se com quaisquer poderes, pudesse ocupar-se abertamente
dessa tarefa, que é o mais importante. Para tanto, ela precisaria transformar-se em sociologia e dessa forma esclarecer sobre o jogo dos poderes na sociedade que tem o seu lugar sob a superfície das formas políticas. (Adorno)

(...)A espécie humana é obrigada a extrair de si mesma pouco a pouco, com suas próprias forças, todas as qualidades naturais, que pertencem à humanidade. Uma geração educa a outra. Pode-se buscar o começo da humanidade num estado bruto ou num estado perfeito de civilização. Mas, neste último caso, é necessário admitir que o homem tenha caído depois no estado selvagem e no estado de natureza rude. ( Kant)

Algo sobre educação

Educação



‘A educação era capaz de produzir filósofos-reis’ - (Platão)

‘A educação deve livrar o aluno da tirania do presente’ - (Cícero)


‘A função da educação era de ensinar os jovens como proteger a sua liberdade’ -(Jefferson)


‘A educação serve para libertar os jovens dos constrangimentos não-naturais de uma ordem social malévola e arbitrária’ - (Rosseau)


‘A educação serve para ajudar o aluno a funcionar sem certeza, num mundo de mudanças constantes e ambiguidades que confundem.’ - (Dewey)

(...) Em outras palavras, a educação deve dedicar-se seriamente à idéia que não é em absoluto desconhecida da filosofia: que não devemos reprimir o medo. Quando o medo não for reprimido, quando nos permitirmos ter tanto medo real quanto essa realidade merecer, então possivelmente muito do efeito destrutivo do medo inconsciente e reprimido desaparecerá. (Adorno)

(...)O homem é a única criatura que precisa ser educada. Por educação entende-se o cuidado de sua infância (a conservação, o trato), a disciplina e a instrução com a formação. (Kant)

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Por que usar o Portifólio

Hoje, mais do que nunca acredito que o uso do Portifólio de Aprendizagem é um dos caminhos de registro de aprendizagem e avaliação mais eficientes que enconramos para a vida estudantil. Por que digo isso. Neste período de recuperar o tempo perdido me deparei com quatro situações envolvendo o Portifólio, especificamento os Blogs, que trabalhamos na internet:
1- Visitas aos Blogs das colegas de Três Cachoeiras
2- Visita ao Blog de Tina Oliveira (www.coisinhasdatina.blogspot.com).
3- Análise do meu próprio Blog
4- Reencontro com os Portifólios em papel na turma de 4ª série em 2008

A primeira está relatada um pouco nas postagens anteriores onde inclusive deixo o link para quem quiser visitar os trabalhos das colegas. O mais significativo, além das postagens e das aprendizagens, são as trocas que o mundo dos portifólios nos possibilitam quando interagimos com os outros. Talvez por nossa própria criação, que diz que não devemos nos meter no que não é da gente, ficamos com um pouce de receio em visitar e comentar, talvez a gente possa constranger, ou ser mal interpretado, mas com esse medo, com esse receio, deixamos de crescer com as colegas. Foi muito gratificante e extremamente construtivo vivenciar as palavras de Paulo Freire na prática (...) nos educamos em comunhão.

A segunda situação foi na busca incessante por um texto de Munduruku que encontrei Tina Oliveira de Ribeirão Preto que possui um Blog, o qual está ali para todos, visitei muitos outros, mas o dela por possuir o registro com o professor Daniel e por registro de atividade com vídeo de cenas de poesia e tearo com as crianças me mostrou que é através do Blog, como Portifólio de Aprendizagens que podemos estar com os registros de nossas experiências de portas abertas para nossos colegas da escola, para a comunidade escolar e para o mundo, uma troca saudável, responsável e transformandora.

A terceira foi redescobrir o meu próprio Blog, como ele pode ser utilizado, como pode ser mais rico, como pode ser uma ferramenta de registro, de apoio, de pesquisa e de conquistas para mim, poara meus alunos e para quem o visitar, é a forma de externar aquilo que deu certo e aquilo que não deu, de mostrar as possibilidades e evidências de nossaspropostas educacionais e mostrar osargumntos daquilo que construimos como aprendizagem.

E a quarta situação foi o reencontro com os Portifólios dos alunos.Hoje, todos os alunos estão na 5ª série da escola, muitos devem ter seus Portifólios guardados, pois foi uma experiência rica no sentido de propor uma nova forma de registro da aprendizagem e de avaliação desta aprendizagem. Muitos momentos foram agradáveis e outros foram difíceis, pois os alunos tinham que construir seus argumentos para provarem que aquilo que diziam era realmente os porquês da aprendizagem. Isso fazia com que tivessem que escrever e elaborar a sua escrita com seus próprios argumentos. Estamos em férias prolongadas pelo fato da Gripe A, mas no retorno, tentarei fazer um registro mais amplo desse trabalho com os próprios alunos, pois é uma experiência que não está on line, está nas mãos dos aluns, é necessário mostrá-la ao mundo.

PORTIFÓLIO DE APRENDIZAGENS

Segundo Hernández, (2000, p.166),“poderíamos definir o portfólio como um continente de diferentes tipos de documentos [anotações pessoais, experiências de aulas, trabalhos pontuais, controles de aprendizagem, conexões com outros temas fora da escola, representações visuais, etc.] que proporciona evidências do conhecimento que foram sendo construídos”.

O que é um Portifólio

A questão é:


“O que é um portifólio de Aprendizagens e para que serve”

Uma construção de resposta pode ser:


“Portifólio de Aprendizagens é um documento onde registro as evidências e os argumentos de uma determinada aprendizagem ou de um período específica de aprendizagens. Seu principal objetivo é de acompanhamento de forma dinâmica e não linear do desenvolvimento cognitivo do aprendiz.” (Turma da 4ª série – EMEF H. M. Coelho Neto – S.L. e Prof. Marcelo Schneider – 2008)

Visita ao Blog de Gislaine

Estive visitando o Blog da colega de Três Cachoeiras (PEAD-UFRGS), Gislaine, o link está na postagem anterior a esta e lendo seus escrito me deparo com a criticidade dos docentes. Somos pessoas, nós especificamente que frequentamos este curso, sem a formação acadêmica completa, mas com uma experiência de vida que podemos, repeitando as proporções, comparar com o os ensinamentos do avô de Daniel Mundurucu, Índio Mundurucu, do Pará. Antropólogo que nos legou ensinamentos fascinante um deles já ciatdo anteriormente "Em busca de uma anscestralidade Brasileira".
Veja o que diz minha colega em uma de suas postagens:

(...)Ao final desta atividade, concluo que mais do que respeitar e “cobrar” respeito as características e dimensões do aluno negro, é preciso contextualizar a cultura afro na sala de aula no sentido de “cultivar” as infinitas expressões destes expressas no seu modo de vida , nas motivações, nas crenças, nos valores, nas práticas, nos rituais, na identidade, como condição para que este aluno não se sinta inferior aos outros e para que seja de fato respeitado e considerado na escola e na sociedade não apenas porque existem leis que punem atos de racismo, mas porque este tipo de comportamento é infundado e sem propósito.(...)

Isso é sabedoria, advinda de estudo, de pesquisa, mas acima de tudo de observar as "águas que correm pelo leito do rio". De indignar-se perante a injustiça e fazer do dia a dia momentos de luta pela educação pela humanização de cada criança.


"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, oferecendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
PAULO FREIRE
"Se as crianças, desde pequenas,
conviverem e aprenderem
a aceitar as diferenças do outro
como uma forma de enriquecimento intelectual
delas próprias,
a possibilidade de se tornarem
adultos preconceituosos
é mínima."

Visita ao Blog da Catiane

Estou visitando alguns blogs em virtude de atividades extras, e deparei-me com o Blog da colega Catiane Vargas de Três Cachoeiras, cidade que já trabalhei, orientando oficinas de teatro. Fiquei bastante impressionado com as postagens, principalmente com o trabalho do do Mosaico, atividade da interdisciplina QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO: SOCIOLOGIA E HISTÓRIA - Eixo VI do PEAD UFRGS, impressionou-me a proposta e também a realização da tarefa, assim como o resultado alcançado pelas meninas que fez com que as crianças realmente tornassem críticos de sua própria construção do conhecimento e construissem um novo desafio às colegas que foi a constatação das diferenças étnico raciais que afloram dentro da escola. Um trabalho que temos que estudar e enfrentar para a construção de um mundo humanizador e com buscas a prórpia destinação humana na Terra como Kant nos relata no texto "Sobre Pedagogia" (Introdução):





"Vê-se, por exemplo,
nas flores chamadas "orelhas de urso" que, quando as
arrancamos pela raiz, têm todas a mesma cor; quando, ao invés,
plantamos suas sementes, obtemos cores diferentes e
variadíssimas. A natureza, portanto, depôs nelas certos germes
da cor e, para desenvolvê-las, basta semear e transplantar de
modo conveniente estas flores. Acontece algo semelhante
com o homem.
Há muitos germes na humanidade e toca a nós desenvolver
em proporção adequada as disposições naturais e desenvolver a
humanidade a partir dos seus germes e fazer com que o homematinja a sua destinação"



Seriamos nós como flores "orelhas de urso" que com o passar do tempo construimos mosaicos etnico de cores e culturas missigenadas como quando semeamos e transplantamos tal flor.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

respeito às diferenças

When we lose the right to be different,
we lose the privilege to be free.

Quando se perde o direito de ser diferente,
perdemos o privilégio de ser livre.

Discurso em Faneuil Hall, Boston, Massachusetts,
sobre aniversário de 150 anos da Batalha de Bunker Hill (17 junho 1925)
Charles Evans Hughes

avós e pais na escola

Quando da leitura do texto de Daniel Mundurucu lembrei de algo que aconteceu duas vezes na já longa estrada estudantil de meu filho. Seu avô e avó estiveram contando histórias para a turma quando ele estava na educação infantil, turma de 4 anos (jardim na época). Era um trabalho em relação ao dia do vovô e vovó, e muitos avós foram contar histórias, isso foi marcante pois oito anos depois ele ainda lembra. E anos mais tarde, quando estava na 3ª série, a escola fez um grande trabalho com as famílias e durante um trimestre interio, todos os dias haviam pais e avós contando histórias, ensinando algo de suas profissões, fazendo brincadeiras. e isso marcou a escola e as crianças, assim como afirma Mundurucu em seu texto onde diz: (...) É preciso abrir espaço na escola para que o velho avô venha contar histórias que ele ouvia na sua época de criança e ensine e cante as cantigas de rodas. (...) (Daniel Mundurucu -PREFEITURA DE ALVORADA. Secretaria Municipal de Educação. FAZENDO ESCOLA, vol 02, ano 2002, p. 40-42.).

ser indio

Daniel Mundurucu, índio da nação Mundurucu - Pará/Brasil, em seu texto EM BUSCA DE UMA ANCESTRALIDADE BRASILEIRA (PREFEITURA DE ALVORADA. Secretaria Municipal de Educação. FAZENDO ESCOLA, vol 02, ano 2002, p. 40-42.) mostrou que existem luzes a serem acesas no caminho escuro que andamos trilhando na educação brasileira.

A educação como a conhecemos é referendado por um passado que viveu a ditadura militar ou suas consequencias imediatas, muito inspirada em modelos externos que pouco contribuiram para a brasileiridade de nosssa formação. É certo que hoje, com olhos mais vívidos e críticos posssamos entender o leito do rio de nossa própria história e as curvas sinuosas que ela faz para poder educar as gerações a frente. Porém, e essa geração que é responsável por ensinar, quem é? De onde vem? Como viveu? Quem ensinou? O que aprendeu?

Talvez como o mestre Daniel, neto de seu Apolinário que se escondia no silêncio e sentia vergonha de onde vinha até entender sua anscestralidade, nós o tambémo assim o fazemos. Talvez nem todos nos entendamos índios, negros, ciganos, alemães, japoneses, mas todos somos brasileiros e vivemos o presente do Brasil. Esse presente, que não tivesse esse nome, não o seria, devesse ser desembrulhado com o carinho, cuidado e paciência como com certeza faria o avô de nosso indiozinho mundurucu, e aí em meio ao silêncio do barulho do desamassar do papel, assim como todos os barulhos que fazem as águas do rio quando deslizam em seu leito, conseguiriamos ouvir o que o coração tem a dizer sobre esse presente, e poderíamos encontrar ali as respostas das perguntas feitas no parágrafo anterior, não como respostas prontas, de múltipla escolha, ou dissertativas, masi como presentes legados por quem nos ascendeu a vida e consigo trouxe uma história que teceu parte da teia que hoje nos envolve, e precisamos continuar a tecer, mesmo que ela esteja emaranhada. Precisaremos de paciência, de carinho e de muito cuidado para desemaranhar e continuar no leito do rio, continuar a trilhar os caminhos da educação. Cuidado para que a teia não rebente e com ela a história da brasilidade de nossavida.

terça-feira, 28 de julho de 2009

civilização

Descorrendo os olhos sobre os texto de Kant e Theodor Adorno, vislumbrei diversas idéias que me levaram a busca de mais refernciais sobre os mesmos temas e encontrei algums escritos bem relevantes como a página do XI SimposioInternacional Processo Civilizador em Buenos Aires transcritos por Luiz Francisco Albuquerque de Miranda– UNIMEP – lfamiranda@uol.com.br sob o título VOLTAIRE E A SOCIOGÊNESE DO CONCEITO DE CIVILIZAÇÃO: A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DA CORTE in http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais11/artigos/41%20-%20Miranda.pdf
além disso encontrei Norbert Elias que diz sobre a civilização:

"civilização é um processo, um encadeamento de eventos, mudanças sociais e interiorizações, que se dirige, ao longo da história ocidental, para um maior controle social, um maior controle técnico do homem sobre a natureza e uma maior disseminação de autocontrole entre os indivíduos"(ELIAS, 1994c).

Educação...

‘A educação era capaz de produzir filósofos-reis’ - Platão

‘A educação deve livrar o aluno da tirania do presente’ - Cícero

‘A função da educação era de ensinar os jovens como proteger a sua liberdade’ - Jefferson

‘A educação serve para libertar os jovens dos constrangimentos não-naturais de uma ordem social malévola e arbitrária’ - Rosseau

‘A educação serve para ajudar o aluno a funcionar sem certeza, num mundo de mudanças constantes e ambiguidades que confundem.’ - Dewey

In http://student.dei.uc.pt/~jcosta/sf/Educa_Port.html (26-07-09)

Filosofia.

A filosofia muito me chama a atenção pelo caracter circular que muitas vezes ela nos traz. Disserta-se por um caminho que muitas vezes nos trazem mais questionamentos do que respostas e invariavelmente nos trazem ao mesmo ponto.
Enganam-se os que podem pensar que nada então acrescentou-se ao saber, ao contrário, muito se cresce ao mergulhar em textos de Platão, Aristóteles, Kant, Voltaire, Rousseau, Adorno, Elias...ou outros mestres da filosofia e sociologia, todos nos remetem aos pensamentos de como o mundo se desenvolveu a partir de sua gênese.
Como do mais anscestral homo sapiens chegamos as mais diversas tecnologias que nos fazem comunicarmos em segundos com alguém muito distante fisicamente?
É previsivel saber que depois de hoje virá o amanhã, mas será como esse amanhã? Como estarei amanhã a partir dos pensamentos de hoje? Quaal a influência dos ensinamentos de hoje? Quantas pessoas estarei educando ou instruindo? Que cultura estaremos construindo? E será a melhor maneira de desenvolver a humanidasde, não repetiremos erros como o de Auschwitz ou outros genocídios como "Povos das Missões" "Guerra do Paraguai" "África atual"...
Que inteligência éessa que nos faz diferentes dos animais e nos transforma em civilização?
Como as civilização se contruiram, como se educa, como se contrói e destrói, quais os passos de sua liberdade e sua luta por manter a liberdade e principalmente como o pensar a civilização pode nos fazer mais humanos, como cada pequeno gesto, ou uma simples palavra pode afetar a um e a muitos nessa rodaa viva? Qual a revolução que fazemos para construir o mundo?
"Sendo assim, as revoluções não concernem a pequenas questões, mas nascem de pequenas questões e põem em jogo grandes questões."(Aristóteles)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Estagios_Piagetianos

Piaget na prática

Estágio Pré-Operatório

Essa postagem é bastante pertinente no que diz respeito a essa fase - pré operatório - Trabalho com todas as faixas etárias que estamos estudando,mas um episódio durante o trabalho de teatro chamou-me muita atenção pois vinha lendo sobre os estagios de desenvolvimento e ele se deu em minha p´ratica. Dentre um das escolas de educação infsantil que oriento aulas de teatro, tenho uma turma de 2a 3 anos e construimos em conjunto, a partir de uma musica infanti, apresentação para o dia das mães. Tudo estava preparado, ensaiado e no momento da apresentação a professora e diretora da escola definiram por apresntar primeiro a música preparada em sala de aula e depois o teatro, os dois não chegariam a 4 minutos de apresentação. Após a primeira cena, as mães foram tão emotivas ao baterem palmas e a gritarem pelo sucesso de seus artistas que um deles começou a chorar. Então este ficou com a mãe e os demais foram para a frente apresentar, ao ver a colegunha no colo da mãe chorando, outra menina començoa a chorar, tentamos iniciar a música e outro chhorava, até que todos os alunos choravam copiosamente no colo das mães. Conversamos e todos então aplaudimos a intensão do espetáculo e presenteamos as mães com a relaização das pintura feito pelas crianças. Ao conversar com uma mãe que ficou preocupada por que não entendeu que todos choraram coonversei com ela que fazia parte do desenvolvimento das crianças que ao verem uma atitude sugerem a si que essa atitude deve ser a sua a fim de não estarem excluidas do processo. No outro dia a professora me questionou sobre a explicação para a mãe, que ela não havia entendido. Então expliquei os estágios de desenvolvimento e especificamente a fase pré-operatória e o egocentrismo social que é o momento em que a criaça projeta o seu desejo naquilo que o outro está fazendo e por isso todos choraram ao mesmo tempo.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Clube do Imperador

O filme é uma obra prima, pelo próprio roteiro e pela atuação de Kevin Kleine.
Assisti o filme três vezes e gostaria de escrever sobre três situações do filme:

1- a placa acima da porta que fala sobre o rei e suas conquistas.

Quando queremos algo apenas para nós sem o própósito de coletivo seremos eternamente esquecidos, Quintana já falava isso em relação ao ser poeta em "A voz" no Caderno H


Ser poeta não é dizer grandes coisas, mas ter uma voz reconhecível dentre todas as outras.


2- a questão de mercantilização da educação quando o professor é valorizado a partir da doação do ex aluno para refazer o concurso de Julio Cesar


3- A terceira questão é a chave do saber. A aposta do professor. A certeza do professor que seu aluno irá seguir o caminho que lhe foi apresentado e tornar-se um cidadão do mundo, para tranformá-lo em um lugar melhor para a coletividade. Entretanto nem sempre o resultado é o esperado,mas a história se repete e o professor, por ser alguém que acredita que sempre será possível, possui uma nova chance de que o seu ensinamento mude o mundo. É a utopia de que acredita na educação...

"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar". Eduardo Galeano

teste

Ainda a psicologia.

Sobre a testagem com os alunos no que se refere a conservação e podemos afirmar a todos os momento de testagem e avaliação, para que tenhamos um resultado com lisura e imparcial de nossos juizos de valor, é necessário que nos coloquemos a distância, o que para educadores é um pouco difícil, visto que estamos sempre muito próximos e envolvidos com o emocional da criança.

Observemos as palavras a seguir:

“O bom experimentador deve, efetivamente, reunir duas qualidades aparentemente incompatíveis: saber observar, deixar a criança falar, não desviar nada e, ao mesmo tempo, saber buscar algo preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria verdadeira ou falsa para controlar”. (PIAGET, J. A Representação do Mundo na Criança. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, [s.d.].p. 11)


Podemos fazer uma leitura diversa do que Piaget nos diz nesse conceito e uma delas é um certo distanciamento nas

testagem_psicologia

Os testes de conservação pela criança são de um fascínio incrível.Acredito que podemos colocar esse fascínio em alguns níveis:

1º - a curiosidade.

Para aqueles que não compreendem com os conceitos educacionais, a testagem é umcurioso instrumento para entender o desenvolvimento da criança.

2º - o estudo.

Para estudantes de educação, os testes são importantes para que se entenda como acriança pensa e aprende.

3º - pesquisa e diagnóstico.

Para que possamos investigar oque acontece e porque acontece durante o processo de aprendisagem

apresentação de semestre

Noite de quarta feira passada foi de apresentação do portifólio de aprendizagem.
Foi o momento mais difícil de todos os semestres da faculdade. Mais difícil do que ligar o computador em agosto de 2006, mais difícil do que navegar pela primeira vaz no rooda, mais difícil do que entender o inglês do pbwiki, agora pbwork, mais difícil do que navegar pelos blogs de todos os colegas.
Na banca, duas professoras muito impressionadas positivamente com as produções de todas as colegas e muito curiosas com os argumentos de cada uma a partir de suas aprendizagens.
Na apresentação deste, o poder das palvras. A palavra proferida pelo professor dentro dasala de aula.
Qual o significado que possui a palavra que proferimos ao nosso aluno. Todas as palavras, mesmo as iguais tem o mesmo sentido dito em situações e circunstâncias diferentes:

Essas crianças são uns aviões.
Fomos ao aeroporto e vimos muitos aviões.

Quando digo que o exercício é difícil e dou ênfase a essa palavra modificando o tom de voz, posso querer dizer várias coisas: ela realmente é difícil, estou ironizando, estou enfatizando que o exercício é muito difícil.

Acredito que muitas vezes como acontece no filme "Entre os muros da escola", a palavra é utilizada e sua compreensão é distorcida.

É preciso pesquisar mais.