terça-feira, 8 de dezembro de 2009

LIBRAS - RELATO DA CONAE

Interprete de Lbras traduzindo para o colega surdo na platéia
a intervenção do professor Jorge de Caxias do Sul.


Uma das grandes aprendizagens desse semestre está ligada a interdisciplina de Libras e a Conferência Nacional de Educação – CONAE (Etapa Estadual-RS). No mês de novembro, estive representando a AMVRS (Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos) como delegado da CONAE estadual. Ouvimos palestras, debatemos propostas e diretrizes e fizemos enfrentamentos de idéias conceituais e de representatividade. Falamos de avaliação, de sucesso escolar, de democratização da escola de EJA, de planejamento, uma verdadeira ciranda de temas geradores que nos fazem crescer e democratizar a escola. Na finalização dos trabalhos do segundo dia, o espaço era reservado para a escolha dos delegados para a representação de todas as idéias gaúchas no cenário nacional no próximo abril (em 2010) na Capital Federal. Novamente houve debate, discussão e muita gritaria. Todos professores, todos educadores, todos muito individualistas e aí percebi, sentado na primeira fila, eu , outros colegas e a minha frente, a pouco mais de dois metros uma colega fazendo sinais. Logo lembrei da aula de Libras e da professora Janaína. Mas em seguida aquela gostosa sensação de ver na prática o estudo de Libras, começo a tornar-se tenso, pois todos queriam falar e não havia uma organização, pois não tínhamos uma coordenação, todos queriam falar, e que gritasse mais daria a sua idéia por vencida. Entretanto meu colega surdo e a intérprete não conseguiam mais se comunicar tamanha a falta de sensibilidade, de respeito e de educação dos colegas professores que avançavam para cima do microfone, passavam a frente da colega intérprete, paravam entre o colega surdo e sua intérprete, sem a possibilidade de entender o que se dizia, mas já compreendendo que o respeito a diversidade é muito complexo, pois e, circunstâncias extremas o instinto pode falar mais alto e a solidariedade por justiça e humanidade cai por terra. Nosso colega foi eleito delegado, mas muito sua intérprete teve que brigar com os ouvintes para que por alguns segundos pudessem realmente ouvir a voz daquele professor surdo, já que nem todos ali entendiam inglês, russo, alemão, francês ou libras. Um cidadão que não tem mais nem menos direito que eu ou você, apenas os mesmos, e eles devem ser exigidos, respeitados e exercidos em todos os lugares do mundo.