domingo, 30 de agosto de 2009

Menininho









Um menino pequeno entra na escola que é enorme e se depara com desafios...






Esse menininho que entra na escola e se depara com algumas coisas que ele deve fazer e outras que ele não deve fazer esta sendo preparada para o mundo que vivemos e que construimos.




Bom, e que mundo é esse, ele é aquele que a gente sonhou ou o que se construiu por que assim se fez, e nós o que fizemos para esse menininho ter voz e vez nesse mundo, e nós temos voz e vez, ou apenas vamos com o fluxo?




Bom, se queremos diferentes, temos que fazer diferente e isso é extremamente complicado pois nos faz comprar embates nem sempre tranquilos.












Rubem Alves - Os grandes contra os pequenos












Vou contar uma estória que aconteceu de verdade. Sobre um menininho de oito anos, meu amigo. Passei, por acaso, na cidade onde ele mora. O avião chegou tarde. Seus pais foram me esperar no aeroporto. Enquanto íamos para casa perguntei:- e então, e o Gui, como vai? – Ah! sua mãe me segredou, preocupada. Não vai bem não. Na escola. O orientador educacional nos chamou. Problemas de aprendizagem, desatenção, cabeça voando, incapacidade de concentração. Até nos mandou para um psicólogo.
Fiquei surpreso. O Gui sempre me parecera um menininho alegre, curioso, feliz. O que teria acontecido?
Sua mãe continuou:
- O psicólogo pediu um eletroencéfalo…
Aí me assustei. Imaginei que o Gui deveria ter tido alguma pertubação neurológica grave, algum desmaio, convulsão…
- Não, não teve nada, a mãe me tranquilizou. Mas o psicólogo pediu… Nunca se sabe… Até ele não aceitou o exame no lugar onde mandamos fazer. Pediu outro…
Fiquei imaginando o que deveria estar se passando na cabeça do Gui, pai e mãe indo conversar com orientador, entrevista com o psicólogo, depois aquela mesa, fios ligados a cabeça. Claro que alguma coisa deveria estar muito errada com ele. Tendo visto tantos desenhos de ficção científica na TV, é provável que ele tivesse pensado que, quando a máquina fosse ligada, os seus olhos iriam acender e piscar como de luzinhas de diversões eletrônicas…
Quando acordei, no dia seguinte, estranhei. Não vi o Gui lá pela casa. Mas era sábado, dia lindo, céu azul. Com certeza estaria longe, empinando uma pipa, jogando bolinhas de gude, rodando pião, brincando com a mininada. Dia bom para vadiar, coisa abençoada pra quem pode. Pelo menos é isto que aprendi nos textos sagrados, que o Criador, depois de fazer tudo, no sábado, parou, sorriu e ficou feliz…
- Não, ele está estudando.
Foi aí que comecei a ficar preocupado. Assentadinho, no quarto, livro aberto à sua frente. Nem veio me dar um abraço. Ficou lá, com o livro. Cheguei perto e começamos a conversar. E ele logo entrou na coisa que o afligia:
- É tenho que fazer quinze pontos, porque se não fizer fico de recuperação. E isto é ruim, estraga as férias…
Lembrei-me logo do ratinho preso na caixa. Se pular alto que chegue, ganha comida. Se falhar, leva um choque… seu pêlo fica arrepiado de pavor, com medo do fracasso. Ficou doente. Fizeram-no doente.
Eu não sabia o que é que os tais quinze pontos significavam. Mas compreendi logo que eles eram o limite abaixo do qual vinha o choque. O Gui já aprendera lições não ensinadas que o tempo se divide em tempo de aflição e tempo de alegria, escola e férias, dor e prazer… E a professora ainda queria que ele se concentrasse, e gostasse da coisa… Mas como? A cabecinha dele estava longe, o tempo todo, pensando em como seria boa a vida se a escola também fosse coisa gostosa, Desatenção na criança não quer dizer que ela tenha dificuldades de aprendizagem. quer dizer que há alguma errada com a escola, e que a criança ainda não se dobrou, recusando-se a ser domesticada…
Continuamos a conversa e ele começou a falar de uma forma estranha, que eu nunca ouvira antes. Vocês podem imaginar, uma criança de oito anos, falando de aclive e declive? Pois é, não agüentei e interrompi:
- Que é isto, Gui? Porque é que você não fala morro abaixo e morro acima?- Mas a professora disse…
Compreendi então. A pinoquização já se iniciara. Um menininho de carne e osso já não usava mais suas próprias palavras. Repetia o que a professora dissera…
Fiquei pensando em quem é que estava doente: o menino ou a escola…Claro que o ratinho tem de ficar de pelo arrepiado. Pois o choque vem… E eu pergunto se não está mais doente ainda quem dá o choque. Surpreendi-me com essa enorme e perversa conspiração entre a direção das escolas, os orientadores, os psicólogos. Todos unidos, contra a criança. O orientador, coitado, não tem alternativas. Se aliar a criança, perde o emprego, ele é o ideólogo da instituição, encarregado de convencer os pais, por meio de uma linguagem técnica, que tudo vai bem com a escola e que é melhor que eles cuidem da criança.
- Até que ela não é má. Só está tendo problemas. Seria bom levá-la a um psicólogo…
O psicólogo, por sua vez, fica atrapalhado. Que é que ele vai fazer? Desautorizar o diagnóstico de uma rara fonte de clientes? É melhor fazer um eletro. Fios e gráficos dão sempre um ar de respeitabilidade científica a tudo…
Lembrei-me da velhíssima estória do cliente que chegava ao analista e dizia:
- Doutor, tem um jacaré debaixo da minha cama!- Sua cama não está na beirada da lagoa, está?
Então não há jacaré nenhum debaixo da sua cama. Volte para casa e durma bem…
E assim foi, semana pós semanam até que o tal cliente não mais voltou. O analista ficou feliz. O tipo deveria ter se curado da estranha alucinação. Até que, um dia, encontrou-se na rua com um amigo do homem do jacaré.
- Então, e o fulano, como vai? Sarou de tudo?- Mas o senhor não soube do acontecido? Ele foi comido por um jacaré que morava debaixo da sua cama…
Há muitas escolas que não passam de jacarés. Devoram as crianças em nome do rigor, de ensino apertado, de boa base, de preparo para o vestibular. É com essa propaganda que elas convencem os pais e cobram mais caro… Mas, e a infância? E o dia que não se repetirá nunca mais? E os sonos frequentados por pesadelos de quinze pontos, recuperação, férias perdidas e palavras de ventríloquo? Escolas jacarés, que as crianças têm de frequentar, e quando começam a demonstrar sinais de pavor frente ao bicho, tratam logo de dizer que o bicho vai muito bem obrigado, que é a criança que está tendo problemas, um foco cerebral com certeza, neurologista, psicólogo, psicanalísta, e os pais vão, de angústia em angústia, gastando dinheiro, querendo o melhor para o filho…
Quanto a mim considero que isso não passa de crueldade dos grandes contra os pequenos. Torturá-las agora, em benefício daquilo que elas poderão ser, um dia, se caírem nas armadilhas que os desejos dos grandes para elas armam…
Não, Gui, fique tranquilo. Está tudo certinho com você. São os outros que deveriam ser ligados a fios elétricos até que os seus olhos piscassem como se fossem lâmpadas de brinquedos eletrônicos…
Retirado de “Estórias pra quem gosta de ensinar: O fim dos vestibulares”, obra de Rubem Alves.












quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Iniciando o semestre... 2009-2



When we lose the right to be different,
we lose the privilege to be free.


Quando se perde o direito de ser diferente,
perdemos o privilégio de ser livre.

Discurso em Faneuil Hall, Boston, Massachusetts,
sobre aniversário de 150 anos da Batalha de Bunker Hill (17 junho 1925)Charles Evans Hughes

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Educação... Visão...

A educação deve ser democrática, e quando a for será para todos, entretanto deve ser para todos e todas estabelecendo-se igualdade de gênero em todoas as instâncias, e ainda assim, devemos eleger outro fatores que infelizmente fazem a escola se mostrar democrática mas não o ser democrática, ela deve ter rampas para que as cadeiras de rodas possam entrar, elas devem ensinar a história de todos os povos e de todas as crenças para que todos as etnias sejam contempladas em sua auto estima, e ainda devemos ir mais longe, ou mais perto da democracia. A educação deve ter Libras, deve ter Braile, deve ter teatro e música, e deve ter esporte e deve debater a sexualidade de meninos e meninas e todas as suas expressões de sexualidade em hetero, homo, bi, trans e trangêneros. E deve ensinar política e debate político e também a participação, deve incentivar o conhecimento de leis e de planejamento e acima de tudo estar de portas, portões e janelas abertas para que cada pai, mãe e quemque seja possa participar da educação, não como amigos da escola, mas como protagonistas de uma ecola que inclui a todos e todas, cada um com sua particularidade e participação respeitando a função e formação de cada indivíduoque constrói esse país.

Significações

As tendas são mais leves e suas paredes de tecido permitem a passagem da luz e do
vento; podem ser desarmadas e transportadas para locais distantes, acompanhando o
per(curso) dos interessados; montam-se de maneiras variadas, permitindo a negociação
que transforma os modelos de ação, os locais escolhidos e os tempos destinados. Vale
lembrar que a tenda pode ser um objeto complexo, apesar da simplicidade de seu
desenho físico: as hastes devem ser flexíveis, mas resistentes; o tecido deve suportar a
intempéries, sendo leve durante o transporte; a base deve ser macia, mas não pode deixar
que passem a umidade e possíveis “invasores”. (A inclusão e seus sentidos: entre edifícius e tendas - Cláudio Roberto Baptista PPGEU/UFRGS)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

EIXO 7


Novos desafios estão postos a todos e todas nós no curso de Pedagogia a Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul neste sétimo semestre. O último semestre teórico, antepenúltimo passo para a graduação. Um misto de emoção, desafio, angústia, temor, alegria e mais um milhão de sentimentos indescritíveis para uma folha de papel, ou para uma página virtual. Todos esses sentimentos misturam-se a nossas aprendizagens que vão além das teorias descritas, elas sobrevoam links e páginas, as quais navegamos e nos fazem alçar voos além de horizontes impensáveis. E fazem com que nossas praticas sejam um laboratóorio das tranformações sociais as quais um dia pensamos e a cada passo nos aproximam da utopia.

Que o 7 nos faça buscar as imperfeições de um mundo que jamais será perfeito, porém pode ser eternamente construído para todos e todas em busca de uma humanidade para toda a civilização.

domingo, 16 de agosto de 2009

SOCIEDADE INCLUSIVA





Segue aqui, algumas sugestões de filmes para que a partir deles possamos ter uma visão, emoção e debate para transformar a nossa sociedade em uma sociedade inclusiva. E esta sociedade só será inclusiva quando todas as pessoas forem tolerantes , justas e solidárias. Não num aspecto de ajudar uns aos outros, mas na questão de transformar a sociedade em uma civilização humana que seja mais ser do que ter, seja mais ética do que profética, seja mais humana do que divina, explicar as coisas como são e poderiam ser ao invés de agarrar-se a esteriótipos que denigrem e pervertem a humanidade, a felicidade, o amor e a educação.

Veja os filmes.


E depois seja um escritor, um fotógrafo, um recruta pelos direitos que a democracia nos legou.


Escritores da Liberdade














http://www.planetaeducacao.com.br/novo/impressao.asp?artigo=991


http://www.freedomwritersfoundation.org/


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MILK


A voz da Igualdade













http://pt.wikipedia.org/wiki/Milk



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Nascidos em Bordéis

http://www.youtube.com/watch?v=rOKYNHhX1qU&feature=related







http://leiturafotografica.blogspot.com/



http://www.youtube.com/watch?v=bJ-q9twlzUI

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

EDUCAÇÃO ESPECIAL

Gostaria de deixar escrito algo sobre educação inclusiva que se passou há muito tempo.
Todos sabem, talvez muitos, ou alguns, que sou responsável por um grupo de teatro, o Teatro Geração Bugiganga, TGB. E ele este ano completou 16 anos.

Nessa caminhada de trabalho de teatro-educação pela transformação do mundo em busca da utopia de justiça e solidariedade em um contexto civilizatório onde o ser humano descubra e defenda a sua humanidade, construimos histórias em conjunto cm diversos segmentos sociais e inúmeras organizações goveramentais e não governamentais.

O TGB atuou com crianças de todas as idade, com adolescentes, adultos e idosos. trabalhou o teatro com estudantes secundaristas e universitários, seminaristas de diversas igrejas, com professores, secretarias de educação, entidades beneficentes, pastorais de diversas linhas, grupos de teatro, grupos folclóricos e grupos dança e também com entidades e escolas de educação especial.

No ano de 1994, logo após o primeiro ano como TGB (o trabalho de teatro já existia individualmente comigo e outros colegas, depois originou o grupo de pesquisa de teatro e por fim se estabeleceu como TGB em janeiro de 1993.) firmamos uma parceria com uma entidade que atendia unicamente crianças com deficiência. Na época, "crianças excepcionais".

Inicialmente o projeto era uma simples troca, o TGB poderia utilizar o espaço da entidade e em troca ministraria oficinas a uma turma de crianças excepcionais. Até aí tudo bem, até o dia de iniciar o trabalho: Nervosismo, desconiança e medo, afinal eram crianças excepcionais.

O trabalho comprometia uma manhã, um período com as crianças, cerca de 10 a 15 crianças e adolescentes e cinco educadores, três do TGB e dois da entidade. MInistravamos a aula de teatro e depois debatiamos o que ocorrera na aula. Um trabalho que foi durante um ano inteiro muito significaivo, para os alunos e para os professores, pois fez com que pudessemos conhecer a dimensão da educação especial a partir da vivência e implicou em um debate propositivo que nos fez chegar a conclusão que o trabalho poderia ser maior.

Esse trabalho maior, na época ainda era incipiente, talvez educação inclusiva inda não tinhamos como definição ampla e de conhecimento geral, não recordo utilizar essa nomenclatura, mas nossas meta era com que pudessemos integrar em momentos especíificos alunos que faziam aula de teatro com o TGB, alunos sem deficiência e alunos da entidade, com deficiência. Alguns momentos conseguimos fazer a integração, com oficinas de teatro específicas e com apresentações de teatro onde as crianças e adolescentes misturavam-se na construção das cenas.

O trabalho durou dois anos, e eles foram marcantes para o grupo, os educadores e os alunos, hoje ainda tenho contato com alguns alunos que tem vaga lembrança das experiências, mas lembram que participaram dessa construção, que com certeza, tem participação, infíma, mas concreta na tranformação da sociedade e sua educação em uma educação inclusiva.

Marcelo.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

UMA CRONICA

Este texto, não tem muito a ver com a postagem anterior, ou teria? Entretanto, encontrei-o casualmente ao buscar aprimoramento para o trabalho de Educação Especial no livro de Cláudia Werneck "Ninguem mais vai ser bonzinho na educação inclusiva" Ele esta ali, numa velha folha de agenda, aguasrdando por uma leitura. Peguei-o, li, emocionei-me e resolvi compartilhar com todos e todas. Ele nos diz muito, e ao confrontar com a minha aprendizagem do semestre passado, encontrei eco na questão de que é sempre pertinente não nos acomodarmos com o mundo que está posto.

Marcelo



UMA CRÔNICA

Marina Colassanti


Eu sei que a gente se acostuma, mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e a dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz.
E aceitando as negociações de paz, aceita ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e a ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber. Vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente se senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

COMENIUS


De acordo com Comenius a organização do sistema educacional deveria compreender 24 anos de maneira que de zero a seis anos as crianças fossem para a escola materna (cultivaria os sentido e ensinaria a criança a falar), seis aos 12 estivessem na escola elementar ou vernácula (desenvolveria a lingua materna, a leitura e a escrita, incentivando a imaginação e a memória e, também, o canto, o estuda das ciências sociais e a aritmética) A escola latina ou o ginásio era para atender jovens de 12 a 18 anos e desenvolveria, sobretudo, o estudo das ciencias sociais. Para jovens de 18 a 24 anos havia os estudos universitários que enfatizava trabalhos praticos e viagens. (Gadotti, 2002)

domingo, 9 de agosto de 2009

DIA DOS PAIS

Mensagem sobre Pais
Ser pai é acima de tudo,não esperar recompensas.
Mas ficar feliz caso e quando cheguem.
É saber fazer o necessário por cima e por dentro da incompreensão.
É aprender a tolerância com os demais
e exercitar a dura intolerância (mas compreensão) com os próprios erros.
Ser pai é aprender errando, a hora de falar e de calar.
É contentar-se em ser reserva, coadjuvante, deixado para depois.
Mas jamais falar no momento preciso.
É ter a coragem de ir adiante,tanto para a vida quanto para a morte.
É viver as fraquezas que depois corrigirá no filho,
fazendo-se forte em nome dele
e de tudo o que terá de viver para compreender e enfrentar.
Ser pai é aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez.
É esperar.
É saber que experiência só adianta para quem a tem, e só se tem vivendo .
Portanto, é agüentar a dor de ver os filhos passarem pelos sofrimentos necessários,
buscando protegê-los sem que percebam,
para que consigam descobrir os próprios caminhos.
Ser pai é saber e calar.
Fazer e guardar.
Dizer e não insistir.
Falar e dizer.
Dosar e controlar-se.
Dirigir sem demonstrar.
É ver dor, sofrimento, vício, queda e tocaia,
jamais transferindo aos filhos o que, a alma, lhe corrói.
Ser pai é ser bom sem ser fraco.
É jamais transferir aos filhos a quota de sua imperfeição,
o seu lado fraco, desvalido e órfão.
Ser pai é aprender a ser ultrapassado, mesmo lutando para se renovar.
É compreender sem demonstrar, e esperar o tempo de colher,
ainda que não seja em vida.
Ser pai é aprender a sufocar a necessidade de afago e compreensão.
Mas ir às lágrimas quando chegam.
Ser pai é saber ir-se apagando à medida em que mais nítido se faz na personalidade do filho, sempre como influência, jamais como imposição.
É saber ser herói na infância,
exemplo na juventude
e amizade na idade adulta do filho.
É saber brincar e zangar-se.
É formar sem modelar, ajudar sem cobrar, ensinar sem o demonstrar,
sofrer sem contagiar, amar sem receber.
Ser pai é saber receber raiva, incompreensão, antagonismo,
atraso mental, inveja, projeção de sentimentos negativos,
ódios passageiros, revolta, desilusão
e a tudo responder com capacidade de prosseguir sem ofender;
de insistir sem mediação, certeza, porto, balanço, arrimo, ponte,
mão que abre a gaiola, amor que não prende,
fundamento, enigma, pacificação.
Ser pai é atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio.O
máximo de convivência no máximo de solidão.
É, enfim, colher a vitória exatamente quando percebe que o filho
a quem ajudou a crescer já, dele,
não necessita para viver.
É quem se anula na obra que realizou e sorri,
sereno,
por tudo haver feito para deixar de ser importante.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Psicologia

Esta postagem foi realizada em 17 de julho, porém a partir do trabalho de recuperação achei pertinente retomá-la para atualizar e tê-la como uma referência da atuação no dia-a-dia de sala de aula.

Piaget

Estágio Pré-Operatório

Essa postagem é bastante pertinente no que diz respeito a essa fase - pré operatório - Trabalho com todas as faixas etárias que estamos estudando,mas um episódio durante o trabalho de teatro chamou-me muita atenção pois vinha lendo sobre os estágios de desenvolvimento e ele se deu em minha prática. Dentre uma das escolas de educação infantil que oriento aulas de teatro, tenho uma turma de 2 a 3 anos e construimos em conjunto, a partir de uma musica infantil (Dona Aranha), a apresentação para o dia das mães.
Tudo estava preparado e ensaiado, e no momento da apresentação a professora e a diretora da escola definiram por apresentar primeiro a música preparada em sala de aula e depois o teatro, os duas músicas não chegariam a 4 minutos de apresentação. Após a primeira cena, as mães foram tão emotivas ao baterem palmas e a gritarem pelo sucesso de seus artistas que uma das crianças começou a chorar. Então esta ficou com a mãe e os demais foram para a frente apresentar, ao ver a coleguinha no colo da mãe chorando, outra menina començou a chorar, tentamos iniciar a música e outro chorou, até que todos os alunos choravam copiosamente, já no colo das mães. Conversamos e todos então aplaudimos a intenção do espetáculo e presenteamos as mães com a relização das pintura feito pelas crianças.
Ao conversar com uma das mães que ficou preocupada por que não entendeu que todos choraram expliquei-a que fazia parte do desenvolvimento das crianças que ao verem uma atitude sugerem a si que essa atitude deve ser a sua, a fim de não estarem excluidas do processo que se sucede. No outro dia a professora me questionou sobre a explicação para a mãe, que ela não havia entendido. Então expliquei os estágios de desenvolvimento e especificamente a fase pré-operatória e que dentro desse estágio a criança apresenta-se egocênctrica, onde não compartilha o que é seu, isso é um processo a ser descoberto por ela. e no caso do choro podemos descrever como o egocentrismo social (Rappaport, Fiori, Davis, 1981, p. 71) que é o momento em que a criança projeta o seu desejo naquilo que o outro está fazendo e por isso todos choraram ao mesmo tempo.

Necessidades Especiais

A História de Peter.
Ao assistir o documentário de Peter, um menino com síndrome de down integrando um sala de aula regular me deparei com situações vividas em diversas vezes em meu trabalho e algumas vezes em minha vida pessoas.
Peter é um caso de inclusão que as pessoas dizem: "-está deu certo"
Mas quantas dão e quantas nãos dão. O que é dar certo e o que é não dar certo uma inclusão?
Será que esse termo é o que devemos usar: Dar Certo?
Uma pessoa pode dar certo e outra dar errado? Somos por acaso peças de uma linha de montagem?
Mesmo que muitos queiram tratar a educação e a sociedade como uma linha de montagem,uma competição ao extremo onde apenas os melhores se qualificam a ter dignidade na vida, é essencial termos ciência de que estamos aqui para construir uma sociedade onde todos e todas tenhamos espaço, direito e justiça. E para isso é preciso que o acesso a todasas instâncias que possuimos na sociedade seja inclusivas e nunca excludentes. Índios, negros, brancos, deficientes, criaças, adolescentes, adultos, idosos, estrangeiros... todos possam ter liberdade de ir e vir, de estar e ter acesso aos mais diversos aspectos da vida que a humanidade inventar.

É difícil? Pode ser se pensarmos que um tem mais direito que o outro, que um pode mais que o outro, que um deve estar subjulgado ao outro. Pode ser diferente se pensarmos que o outro pode tanto quanto eu, e se talvez ele não o fez ainda é por que lhe faltou uma oportunidade, espaço, incentivo... É preciso buscar o bem e fazer sempre o bem, como eu um outro filme " A corrente do bem". É possível um mundo justo e solidário, é preciso apenas solidariezarmos um com o outro, darmos atenção a cada necessidade de quem está ao meu lado.

Todos temos necessidades especiais. Peter e eu, João e você, Maria e a pessoas que e´tá mais próxima de mim. Entretanto, nossas necessidades não são as mesmas. Alguns tem necessidades mais visíveis, masi explícitas, mais específicas. Umas cognitivas, outras afetivas, mas todos temos a necessidade de termos alguém para compartilhar o mundo.
Peter compartilhou sua vida com os colegas de sua idade. Hoje, um deles relata: Peter é um de meus melhores amigos, nem todos da minha sala são meus amigos,mas Peter, é umde meus melhores amigos. (a relação da sala inclusiva e a convicência dos dois meninos transformou suas vidas). Uma das colegas foi mais longe e concluiu: Peter aprendeu muito na sala de aula, mas fomos nós que aprendemos mais, pois entendemos comoé possível conviver com Peter, aprendemos a ter respeito e sermos solidários com todas as pessoas por que Peter enstá junto conosco.

Filosofia

Adorno e Kant nos mostram visões de civilização, educação,disciplina e liberdade. Os dois filosofos questionam a civilidade humana e preocupam-se com os rumos dessa mesma civilização. Adorno exemplifica suas preocupações a partir das práticas desumanas de Auschiwitz e a necessidade de educarmos os povos para que a barbárie não se repita. Ao encontro de Kant, esse pensamento se reforça quando nos diz que a disciplina imposta através da educação não permite que homem extravase o seu ímpito de selvageria, controlando seus instintos mais primitivos.
Entretanto, para que a sociedade nao seja a bárbárie sobre a civilização é necessário um entendimento que apenas através da solidariedade o mundo humano é capaz de evoluir. A liberdade nos dá asas a tudo, entretanto, quando não há respeito a liberdade do outro, ou a busca de poder ultrapassa qualquer limite ético, ccaimos na trilha da barbárie. É preciso atenção a educação, dedicação a elaboração de justas leis para disciplinar as relações humanas e assim alcançar uma civilização se contrua justa, sólida e solidária e não falsa, autoritária e destrutiva.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

E será necessário a disciplina?


“A disciplina (...) significa a capacidade de comandar a si mesmo, de se impor aos caprichos individuais, às veleidades desordenadas, significa, enfim, uma regra de vida. Além disso, significa a consciência da necessidade livremente aceita, na medida em que é reconhecida como necessária para que um organismo social qualquer atinja o fim proposto”.27 L.A.C. FRANCO, Problemas de Educação Escolar, p. 40.




(...)Lembro que o terrível Boger teve um acesso durante uma palestra sobre
Auschwitz, que culminou com um elogio à educação para a disciplina através da dureza. Esta seria necessária para formar o tipo de pessoa que lhe parecia certa. A imagem da educação pela dureza, na qual muitos crêem irrefletidamente, é basicamente errada. A concepção de que virilidade signifique o máximo de capacidade para suportar já se transformou há tempos em símbolo de um masoquismo que como demonstra a psicologia - se funde com demasiada
facilidade ao sadismo (Adorno)





(...)A disciplina transforma a animalidade em humanidade. Um animal é por seu próprio instinto tudo aquilo que pode ser; uma azão exterior a ele tomou por ele antecipadamente todos os cuidados necessários (Kant)

Liberdade, Liberdade...

LIBERDADE




"...Liberdade,
essa palavra que o sonho humano alimentaque
não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."

(Cecília Meireles)




“A liberdade de cada indivíduo se acha assim limitada pela liberdade dos demais. Na maior e sobretudo principal parte de suas atividades, o que o indivíduo encontra pela frente, embargando e limitando sua ação, é a ação contrária e concorrente de outros indivíduos”
(Caio Prado Jr, 1980)

(...) Mas o homem é tão naturalmente inclinado à liberdade que, depois que se acostuma a ela por longo tempo, a ela tudo sacrifica. Ora, esse é o motivo preciso, pelo qual é conveniente recorrer cedo à disciplina; pois, de outro modo, seria muito difícil mudar depois o homem. Ele seguiria, então, todos os seus caprichos. Do mesmo modo, pode-se ver que os selvagens jamais se habituam a viver como os europeus, ainda que permaneçam por muito tempo a seu serviço. O que neles nãoderiva, como opinam Rousseau e outros, de uma nobre tendência à liberdade, mas de uma certa rudeza, uma vez que o animal ainda não desenvolveu a humanidade em si mesmo numa certa medida (Kant)


(...) A pressão do geral predominante sobre toda a particularidade, os indivíduos e as instituições individuais tende a desintegrar o particular e o individual juntamente com sua capacidade de resistência. Com sua identidade e sua capacidade de resistência, os homens perdem também as qualidades graças às quais serlhes- ia possível opor-se àquilo que, a qualquer momento, possa novamente atraí-los para o crime. (Adorno)



domingo, 2 de agosto de 2009

Escritos sobre Civilização

CIVILIZAÇÃO




“Civilização é um processo, um encadeamento de eventos, mudanças sociais e interiorizações, que se dirige, ao longo da história ocidental, para um maior controle social, um maior controle técnico do homem sobre a natureza e uma maior disseminação de autocontrole entre os indivíduos .”(ELIAS, 1994c).



(...) Toda doutrinação política, enfim, deveria centralizar-se na necessidade de evitar uma repetição de Auschwitz. O que só seria possível se essa doutrinação, em receio de chocar-se com quaisquer poderes, pudesse ocupar-se abertamente
dessa tarefa, que é o mais importante. Para tanto, ela precisaria transformar-se em sociologia e dessa forma esclarecer sobre o jogo dos poderes na sociedade que tem o seu lugar sob a superfície das formas políticas. (Adorno)

(...)A espécie humana é obrigada a extrair de si mesma pouco a pouco, com suas próprias forças, todas as qualidades naturais, que pertencem à humanidade. Uma geração educa a outra. Pode-se buscar o começo da humanidade num estado bruto ou num estado perfeito de civilização. Mas, neste último caso, é necessário admitir que o homem tenha caído depois no estado selvagem e no estado de natureza rude. ( Kant)

Algo sobre educação

Educação



‘A educação era capaz de produzir filósofos-reis’ - (Platão)

‘A educação deve livrar o aluno da tirania do presente’ - (Cícero)


‘A função da educação era de ensinar os jovens como proteger a sua liberdade’ -(Jefferson)


‘A educação serve para libertar os jovens dos constrangimentos não-naturais de uma ordem social malévola e arbitrária’ - (Rosseau)


‘A educação serve para ajudar o aluno a funcionar sem certeza, num mundo de mudanças constantes e ambiguidades que confundem.’ - (Dewey)

(...) Em outras palavras, a educação deve dedicar-se seriamente à idéia que não é em absoluto desconhecida da filosofia: que não devemos reprimir o medo. Quando o medo não for reprimido, quando nos permitirmos ter tanto medo real quanto essa realidade merecer, então possivelmente muito do efeito destrutivo do medo inconsciente e reprimido desaparecerá. (Adorno)

(...)O homem é a única criatura que precisa ser educada. Por educação entende-se o cuidado de sua infância (a conservação, o trato), a disciplina e a instrução com a formação. (Kant)