quarta-feira, 12 de agosto de 2009

EDUCAÇÃO ESPECIAL

Gostaria de deixar escrito algo sobre educação inclusiva que se passou há muito tempo.
Todos sabem, talvez muitos, ou alguns, que sou responsável por um grupo de teatro, o Teatro Geração Bugiganga, TGB. E ele este ano completou 16 anos.

Nessa caminhada de trabalho de teatro-educação pela transformação do mundo em busca da utopia de justiça e solidariedade em um contexto civilizatório onde o ser humano descubra e defenda a sua humanidade, construimos histórias em conjunto cm diversos segmentos sociais e inúmeras organizações goveramentais e não governamentais.

O TGB atuou com crianças de todas as idade, com adolescentes, adultos e idosos. trabalhou o teatro com estudantes secundaristas e universitários, seminaristas de diversas igrejas, com professores, secretarias de educação, entidades beneficentes, pastorais de diversas linhas, grupos de teatro, grupos folclóricos e grupos dança e também com entidades e escolas de educação especial.

No ano de 1994, logo após o primeiro ano como TGB (o trabalho de teatro já existia individualmente comigo e outros colegas, depois originou o grupo de pesquisa de teatro e por fim se estabeleceu como TGB em janeiro de 1993.) firmamos uma parceria com uma entidade que atendia unicamente crianças com deficiência. Na época, "crianças excepcionais".

Inicialmente o projeto era uma simples troca, o TGB poderia utilizar o espaço da entidade e em troca ministraria oficinas a uma turma de crianças excepcionais. Até aí tudo bem, até o dia de iniciar o trabalho: Nervosismo, desconiança e medo, afinal eram crianças excepcionais.

O trabalho comprometia uma manhã, um período com as crianças, cerca de 10 a 15 crianças e adolescentes e cinco educadores, três do TGB e dois da entidade. MInistravamos a aula de teatro e depois debatiamos o que ocorrera na aula. Um trabalho que foi durante um ano inteiro muito significaivo, para os alunos e para os professores, pois fez com que pudessemos conhecer a dimensão da educação especial a partir da vivência e implicou em um debate propositivo que nos fez chegar a conclusão que o trabalho poderia ser maior.

Esse trabalho maior, na época ainda era incipiente, talvez educação inclusiva inda não tinhamos como definição ampla e de conhecimento geral, não recordo utilizar essa nomenclatura, mas nossas meta era com que pudessemos integrar em momentos especíificos alunos que faziam aula de teatro com o TGB, alunos sem deficiência e alunos da entidade, com deficiência. Alguns momentos conseguimos fazer a integração, com oficinas de teatro específicas e com apresentações de teatro onde as crianças e adolescentes misturavam-se na construção das cenas.

O trabalho durou dois anos, e eles foram marcantes para o grupo, os educadores e os alunos, hoje ainda tenho contato com alguns alunos que tem vaga lembrança das experiências, mas lembram que participaram dessa construção, que com certeza, tem participação, infíma, mas concreta na tranformação da sociedade e sua educação em uma educação inclusiva.

Marcelo.

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