Em muitas vezes como professor me deparo com momentos de angústia, pois desejo intensamente ensinar meus alunos e alunas aquilo que acredito e nem sempre consigo visualizar se isso realmente aconteceu. É claro que sei que ninguém educa ninguém (FREIRE, 2000), somos todos construtores coletivamente do conhecimento, mas o sentimento de alcançar o objetivo de ver o ensinamento se alargar nas mãos de um menino e de uma menina são impagáveis. No último período, o período de estágio, comecei a entender mais as palavras de Paulo Freire quando ele diz que é preciso ser protagonista do seu próprio saber. E isso se fez em vários momentos dentro de sala de aula, mas especificamente na 9ª semana de estágio tínhamos várias atividades: Retomada dos conteúdos em virtude do longo feriado, Início da Copa do Mundo de Futebol e preparativos para a festa junina. Um dos momentos marcantes foi a solicitação dos alunos em criarmos algo para apresentarmos, visto que eramos a única turma que ainda não havia preparado nada. Combinei com os alunos que montaríamos uma encenação e propus que a fizessem enquanto eu organizava as últimas decorações alusivas a Copa do Mundo e separava as doações para a festa de São João. As crianças conversaram, debateram, discutiram, deram idéias, recusaram idéias e pediram que eu colocasse músicas de São João. Buscamos o aparelho de som e o cd com as música e assim fizemos, as músicas tocaram e todos e todas foram dançando e organizando uma sequencia de cena sem que eu estivesse como orientador. Ao final da aula, tínhamos uma encenação de dez minutos com história, falas e dança, era apenas necessário produzir e ensaiar aquilo que os alunos construiram. Isso me fez ter certeza que é possível trabalhar com liberdade, democracia e participação, além da autonomia para que os alunos e as alunas sejam protagonistas de seu próprio aprendizado. E assim fazendo-se protagonistas de sua própria produção intelectual.
(...) Mas por onde começar? O que está no início, o jardim ou o jardineiro? É o segundo. Havendo um jardineiro, cedo ou tarde, um jardim aparecerá. Mas um jardim sem jardineiro, cedo ou tarde desaparecerá. (ALVES, 1998 in GADOTTI, 2000).
segunda-feira, 14 de junho de 2010
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